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sábado, 8 de maio de 2010

MÃE

MÃE
Dia das mães
Luiz Coronel

Feliz és tu
que não precisas fechar os olhos para encontrar tua mãe.
Da janela avistas
seu passo brando.
Ela deita a toalha sobre a mesa
com o mesmo gesto
com que estendia o cobertor
sobre teu corpo
na noite fria.

No almoço, os alimentos
são tépidos,
os assuntos leves
e as crianças ocupam
as cadeiras vazias.
Na sala os objetos
Permanecem fiéis ao tempo.

Há um menino travesso
no claustro do
porta-retratos.
És tu.
Também dentro de ti
muitas coisas quedaram
intactas.

As lembranças,
principalmente.
Na compoteira
estão guardados
doces momentos.
Aquele tapete silenciava
teu passo
quando chegavas tarde
e a luz do quarto se
acendia.

Sim, lá está a mãe,
como sempre, zelando pelas flores.
Partes e percebes
que ela caminha até as
persianas.
E acompanha teu passo.
Como sempre.

A vida te espera
aqui fora
com sua gangorra de
envolvimentos.
Foi apenas uma visita.
Mas levas contigo
aquela certeza enternecida
de que o amor reina sobre o mundo
pois tens a mãe que Deus te deu.
E não precisas fechar os olhos

para encontrá-la.